Thursday, April 12, 2007

Em memória de Dionisio, o meu Apolo, quando já tinha barbas

Pela estrada da vida andava ele,
Queimado pelo fogo das armas pretas da liberdade
Iluminado pelo sol abrasador que o conduzira
Ao local onde amadureceria o fruto, a tenra idade

Pela estrada fora andara ele,
Sua bengala era a pedra de Polegar,
O fiel pau que conduz
O Ceptro que o ordenaria soldado
Que faria de si guerreiro da Luz...

Chegou, chegara...

Os seus olhos eram mapa da dureza das calçadas
O seu nariz mostrava a montanha de quem caminha para Maomé
A sua boca exprimia trabalho e humildade
De quem desejava somente “triguinhos” do Sr. Zé

Falo de um traidor,
Do maior ladrão do Côa,
Que roubou o nosso coração e deixou nada mais que a saudade
De um deus do vinho, do filho de Cabral,
De Dionisio, o homem de tenra idade,
Que com vergonha nos presenteava com os seus cantos
Do peregrino de um caminho longo,
Que para trás acabou por deixar a criança dos dentes brancos

Valete Fratres

“É a Hora”
Exaltai-vos irmãos pois eis que chegou o momento
Ide, vinde, culminai o lamento
Aclamai o novo vento por esta estrada fora

Tochas, fogo fatal da libertação
Sim, libertai-nos allora
Guiai-nos por esta estrada fora
Ide, vinde força da razão
Deixai que as chamas consumam o ardor
De todos aqueles que nunca “ousaram passar além do Bojador”

Balas, enchei os tubos vossos por direito
Que há tanto tempo a flor os tomou
Acordai Portugal do seu leito
Dizei-lhe que “eu vou, eu vou…”

Vou, vou por esta estrada fora
Ide, vinde comigo halo guerreiro
Punir os que ousaram roubar a “Distância” de outrora
Tirar do poder o grego ancião, colocá-lo nas mãos do mundo inteiro

Soe a trombeta Lusitana,
Flua por esta estrada iluminada
Pois que fomos e viemos desinquietar a raça humana,
Feri-la, purgá-la com a espada Sagrada

(Um cozinheiro mascarado pisará Lisboa
Para de um pinto fazer um manjar
Ele sim, será o dono da Coroa
Nas quatro e três colinas, num altar)

“É a Hora”