Monday, March 26, 2007

Admito

Sou o Mito,
O nada que é tudo de Pessoa,
A pessoa que não sou,
Alguém que se perde para que a realidade não doa,
O ser, o sonho de outros, que voou
Apanhei-o...
Admito

Sou o Ego,
O eu Maior que os outros
“Alguém discorda? Recorremos a votações”
(Menosprezamos as objecções)
Venci,
Sou Superior a tudo, Superior a todos
Admito

Sou a Esperança,
A Cura da dor que consome, a Dor que liberta
O Cigarro vicioso,
O Comprimido luminoso, que para o Fim nos desperta
Sou o D. por que aguarda o aflito,
Uma Alucinada...
Admito

Sou o Medo,
O terror que conduz e consome,
A Chama que chama, que existe por não ser finda,
O fogo frio que arde ainda;
O Receio do ataque, o Ataque da defesa, o Resultado da firmeza.
Tremendo...
Admito

O que admito, sou-o
O que sou, divirto-me sendo
Pois que o Mito, o Ego, a Esperança e o Medo
São realidades (serão realidades?) que não compreendo
Se sei o que sou, não sei o que escrevo
E isso, admito

Friday, March 16, 2007

Lisbon Rewatched (da varanda da prof. de história)

Lisboa
O Tejo é o sangue que corre nas tuas veias
O verde são os teus braços
E nele habitam a Mouraria,
Graça, Alfama, Madragoa
Numa perfeita criação divina

Hoje é quase Verão
O Sol apaixona-se pelo mar
Subitamente, os dois beijam-se
O céu fica laranja-amor
E Lisboa, ainda mais bonita

Uma brisa torna perfeito este dia
pequenos veleiros vão e vêm
Como numa tela
Os pássaros chilream
e as arvóres marcam o ritmo
desta sinfonia

Ao longe, por vezes,
Ouvem-se carros e outros ruídos
Mas nada destoa
E porque tudo é perfeito
minh'alma apregoa:
"Oh, meu Deus!
Que o Céu seja como Lisboa!"