Hoje, sou nevoeiro
Um sopro profundo que adormece a alma e engana os sentidos
Hoje, sou candeeiro de petróleo
A chama que já não conhece mas que caminha para a verdade,
A fogueira que incendeia o mundo
Hoje, sou rio
O místico Nilo que percorre os tempos
Sei onde começo, onde acabo, mas ramifico-me
Começo e acabo da mesma maneira, naturalmente
E no fim, toda eu fui um mar de separações
Pois que toda a minha vida foi guiada por forças
Saciei quem a mim recorria, quem me achava Fonte
Fui um muro, a sábia Parede confidente
E porque ser-se sábio é ser-se ouvido, ouvi
Fui baú, não Arca, pois que guardei e não soube tudo
Porque saber não é só ouvir, é interpretar
Hoje, sou Máscara
Por me ver grega, sou duas caras
Por ser duas caras, vejo-me grega
Finjo vivendo ou vivo fingindo
Hoje, quero ser o Mestre
Quero ser ovelha, quero ver
Ver sem pensar
“Porque pensar é estar doente dos olhos”
Hoje, quero chegar ao fim da linha e dizer que não fui Ícaro
Hoje, quero querer pouco,
Quero deixar de ser ninguém por tudo ser
Hoje, quero ser Cordeiro
Acordar para a liberdade do meu eu mesmo
Para adormecer sabendo que o fui...
Sunday, July 22, 2007
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1 comment:
Bem, começo a pensar que temos que preparar para breve uma antologia dos teus poemas-o júri nobel tem que conhecer o quanto antes este talento!
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